23 setembro 2014

fernando guimarães / verona



Olhamos os caminhos da cidade,
os mais secretos, os que não existem,
ladeados por casas, muros, grades
que não passam de imagens, puros símiles
 
daqueles que nós sempre conhecemos.
Eram como um limite, agora imersos
na súbita memória de outro tempo
onde se encontram finalmente os mesmos
 

vultos que a cada instante se perdiam
para serem apenas a suspeita
se alguém que ao despertar já descobrira

quanto maior se torna ou mais intensa
a imagem dos lugares que principiam
nessa cidade que só foi ausência.
   


fernando guimarães



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